O autoproclamado pregador Paul Schäfer reuniu pessoas à sua volta na Alemanha do pós-guerra. A seita fundou um lar para jovens perto de Colónia. Mas em 1961 Schäfer teve de fugir. Muitos seguidores seguiram-no para o Chile. A 350 quilómetros a sul de Santiago, longe da civilização, começaram a construir a Colónia Dignidad. Uma suposta aldeia modelo com oficinas, agricultura, criação de gado. Mas o paraíso tornou-se um inferno porque o trabalho escravo, a violência e o abuso sexual cedo se tornaram parte do quotidiano. Após o golpe militar em 1973, Schäfer serviu os novos governantes: o chefe da polícia secreta Manuel Contreras e o ditador Augusto Pinochet entravam e saíam agora da colónia, enquanto os opositores do regime terrorista eram torturados e mortos nas caves. Recorrendo a material de arquivo não publicado e depoimentos de testemunhas, traça a complexa história de 50 anos de perpetradores, vítimas, apoiantes e opositores deste lugar que se tornou o epítome do mal.